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AUTOCUIDADO MATERNO: Como você tem cuidado de si mesma?

Hoje iremos falar sobre autocuidado materno. Selecionamos um artigo da psicóloga Kênia Braga que foi construído com o propósito de ajudar as mães no autoconhecimento e a melhorarem a autoestima implementando mudanças favoráveis em suas rotinas, através de algumas práticas bem simples de autocuidado, para resgatar a satisfação pessoal que existiam antes do nascimento do seu filho, contribuindo de forma psicoeducativa, na busca da verdadeira liberdade de serem mais felizes e gentis consigo mesmas.

AUTOCUIDADO MATERNO: Como você tem cuidado de si mesma?

Autocuidado materno

O autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo, mas aprender esta prática, envolve um bom gerenciamento emocional e autoconhecimento, pois cada pessoa possui suas próprias crenças, valores e ideais.

Para iniciarmos uma autoanálise, você poderá fazer a si mesma perguntas que irão ajudá-la a refletir e identificar se você tem colocado o autocuidado na sua rotina, como por exemplo:  Você tem dedicado o seu tempo a você mesma? Como está a sua saúde física e mental?  Seu filho está mais bem cuidado que você mesma?

É muito importante ser atenciosa e cuidar de seus filhos, sem dúvida, cuidar de familiares, e de pessoas que você ama, mas não é saudável cuidar de outras pessoas e negligenciar cuidados a si mesma. Para ensinar a seu filho que ele é alguém importante, você precisa se sentir valorizada, pois eles aprendem por modelação e não fará bem para a saúde mental de seu filho, vê-la descuidada, estressada e infeliz.

Entenda primeiro a importância de se cuidar para que você tenha mais saúde e disposição para colocar em prática todos os seus projetos, e, para que você também continue a cuidar das pessoas que você ama, neste sentido é importante aperfeiçoar cada dia mais o seu estilo de vida, evitar maus hábitos a sua saúde física e mental, adotar medidas de prevenção a doenças, e claro, evitar situações de risco, relacionamentos tóxicos e ambientes ansiogênicos.

Autocuidado, autoconhecimento e autoestima

O autocuidado, o autoconhecimento e a autoestima estão interligados, não há como obter um sem praticar o outro. O autoconhecimento promove o autocuidado que por fim, nutre a autoestima e todos são essenciais para construirmos uma boa avaliação que fazemos de nós mesmos e promovermos escolhas de vida saudáveis. Quando aprendemos a identificar as crenças disfuncionais como: “mães não possuem tempo para si” ou “somente a felicidade do meu filho me importa”, e aprendemos estratégias para gerenciar nossas emoções, estamos praticando uma forma muito importante de autocuidado e a vida se torna muito melhor.

O autocuidado, proporciona maior qualidade de vida, fortalece nossa autoestima, nossa autoconfiança, reduz gastos com a saúde e aumenta a nossa capacidade de cuidar de outras pessoas preservando nossa saúde mental.

 A mãe que cuida mais do filho não ensina o auto amor

As mães aprendem a cuidar do filho e aprendem a descuidar-se de si mesmas. Normalmente as mães lidam com um nível de ansiedade alto em decorrência das preocupações com a gestação e as mudanças do corpo, e, posteriormente com o ajustamento de suas funções maternas e adequações em variados contextos de vida durante a chegada do bebê, e,  como via de regra, colocam maior foco no cuidado de seu filho, aprendendo a função materna e desaprendendo a cuidarem de si mesmas. Muitas apresentam estafa, quadros de estresse que poderão deflagrar consequências graves na saúde mental e na qualidade de vida.

Sempre que uma mãe resolve priorizar a si mesma, ela é julgada por si mesma, pelos familiares e pela sociedade, e o resultado disso são mães sofrendo silenciosamente com depressão, síndrome do pânico, transtornos de ansiedade, burnout, entre outras psicopatologias importantes. Cuidar de si é sim fundamental para a saúde mental e global. Pensar nos filhos, sem levar em consideração seu próprio bem estar é algo que não deveria ser ensinado para as novas gerações.

Praticar o autocuidado e prevenir o estresse, é o primeiro passo para melhorar a saúde mental da mãe. Mães ansiosas e sem auto amor, não constroem confiança suficiente para que seus filhos aprendam a serem adultos que enfrentam desafios da realidade com autonomia, autoconfiança e gerenciamento emocional frente a seus problemas.

Muitos adultos precisam ressignificar suas experiências infantis através da psicoterapia, devido à influência negativa da figura de seus pais, lembrando que quem educa não são apenas as mães, é importante dividir responsabilidades com parceiros, ou tutores. 

Como colocar o autocuidado em prática

O autocuidado não está diretamente limitado à rotina de cuidados estéticos, conforme é dimensionado nas redes sociais. Isso é uma visão reducionista que colabora para a comparação e o sofrimento. Para ser colocado em prática exige que façamos  uma reflexão: o que eu realmente preciso para ficar bem no meu dia?

A resposta a esta questão envolve uma auto análise ainda mais profunda,  promovendo o exercício do autoconhecimento e consecutivamente uma mudança de mentalidade e a transformação no comportamento.

Estratégias para a prática do autocuidado

Adquirir a consciência de que bons hábitos são necessários para o seu bem estar. Assim como procurar implementá-los com consistência e metas realísticas, é o primeiro passo para construir uma transformação e ser uma mãe mais auto realizada e feliz. Separe um tempo para a reflexão, agora mesmo.

Pense na sua rotina, em seus objetivos, desejos e reflita sobre quais são as suas prioridades, e sobre como você tem utilizado o seu tempo. Você estabelece algum tempo no seu dia para você exercer, de alguma forma, o autocuidado, se sim, quanto tempo? Você está disposta a abrir mão de algo para ter mais qualidade de vida? Mas entenda que mudar os hábitos de vida não é algo que ocorre do dia para a noite. Na vida de uma mãe, exige muita  disciplina e força de vontade.

Algumas só conseguem se organizar após algumas sessões de psicoterapia. Durante as sessões de psicoterapia cognitivo comportamental, sugerimos uma lista com tudo que desejam fazer em uma ordem de prioridade. Exemplo: rotina com prazer de viver, descanso, lazer, atividade física, meditação, leituras, hobbies, sono adequado, socialização, etc….

Depois ensinamos como  seguir um passo de cada vez, dentro dos recursos delas. Sem falsas culpas ou crenças limitantes, ensinamos ainda, ferramentas de autogestão e mudanças de hábitos e a manterem firmes no propósito até o cérebro adotar um aprendizado automático. Ou seja, não é um efeito rápido, exige muito treino e ferramentas.

Portanto, não se cobre demais caso não consiga atingir seus objetivos através de tentativa de melhorar a rotina. Busque atendimento psicológico para um melhor direcionamento, caso não consiga por si mesma. É muito comum as mães precisarem de um direcionamento até aprenderem alternativas de vida mais funcionais. Principalmente quando existe um quadro de ansiedade ou alguma psicopatologia em curso. Não podemos ser simplistas e falarmos de dicas e estratégias como mágicas. Para as mães, muitas estão pressionadas há tempos e já adquiriram algum quadro de ansiedade.

Em muitos casos a psicoterapia associada a um estilo de vida mais saudável é imprescindível. Não hesite em buscar ajuda profissional, para aprender as melhores formas de praticar o autocuidado e preservar a sua saúde física, psíquica e emocional.

*Kênia Braga é psicóloga pós-graduada em psicologia cognitivo comportamental.  Fundadora e diretora da Vivapleno, empresa de Saúde Mental e Desenvolvimento Humano Integrado - Psicologia Clínica e Organizacional.



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